Puta sem cabaré

A verborragia que distancia
a adulta vitimizada
da criança abusada
Raiva contida
armadura de gordura
bloqueia a expressão
corpo sem reação
Não vive de verdade
mascara
com sorriso falso
o medo optado
Constrói personalidade
mulher
covarde
O sangue que desce pelas coxas
buceta molhada
mente pornográfica
A dor
sexualidade detonada
A fome
esconde o ódio
come a falta
Sinto náuseas!
Putas sem cabaré no palanque das praças
desfilam compostas
de quê?
Como maçã
a culpa pelo pecado
a óstea
corpo do Cristo crucificado
Homem primata
seu pau não penetra
dilacera
o que desejas?
a posse
Usa meu corpo
abusa
mas nunca minh’alma
protejo
fecho o coração
Sinto tesão!
Que venha o próximo
Me come
Me fode
Me joga no chão
Não choro
Gozo
Não faço som
Silencio
Vazio
O corpo caminha
Jaz no caixão


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