Beber só para distrair
Um transbordar de sentimentos implausíveis, incalculáveis, intendíveis. Sentimento in, a, de não. In-conformam com forma de berros de ah, de não querer mais sentir aquilo não. Incontrolável tentar parar e mesmo que se tente acobertar o medo de não impossibilita o acordar. Senti que parou, mas por breve tempo de felicidade (se assim poderia chamar). O copo ajudou, a mente reclamou, o corpo cansou e como nada se compreendeu, a dor voltou. Paciência, tolerância, só o tempo cura (mas que tempo maldito que só se demora). Inconformada decidi acalmar, mas de não pulsou com ah constante em meu inconsciente que as horas de paz foram breves ilusões. Corri para lá e para cá, pensei em viajar, fugir, me matar (não de corpo, mas de emoção). De nada resolveu. O transbordar continuou e a bebida se desperdiçou. A mesa já toda molhada, e eu desidratada. Aí então comecei a compreender. O excesso se foi, e tomei o que me restou para em lágrimas sair. Com o copo vazio enchi para novamente transbordar (vícios humanos, círculo sem fim), e com sentimentos sem prefixos dessa vez tentar.
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