Recomeçar

Descida a colina
Amanheço no vale
A próxima subida
Dá fadiga

Com o corpo pesado
Os pés arriscam
Inútil esforço
Não me movo

De olhos cerrados
O escuro domina
Não percebo o outro
Me sinto sozinha

Só não desisto
Respiro a coragem
Assumo ansiedade
Me mantenho na linha
Você

Sem compreender o porquê, tudo me leva a você. Sei que me acalenta lembrar, saber que está, mesmo sendo lá. Já mudaram as formas, tamanhos, dimensões, proporções. Sentimentos intensos, ternos, ardentes. Aversos, coléricos, indigestos. Mornos ou indiscretos. Mas sempre sinto. Nunca some ou desaparece. Seja lá o que for a você permanece. Padeço em saudade. Amargo em esperança. Saltito de alegria, quando boas são as lembranças. Por vezes acho que esqueço. Mero engano! Basta uma cor, um odor, um tempero. Uma música ou um obejto, é você que vêm em meus anseios. O que espero é que abrande, acalme, serene. Primeiramente, tento. Sem sucesso, conformo. E já que se passa, mas não se esquece, o transformo em versos, para permanecerem belos.
Novo Ano
*
Novas madeixas
Novas deixas
Nada de queixas
*
Novos mares
Novos ares
Nada de pesares
*
Pois mesmo não sendo condessa
Não vou para Palmares